O ano de 2006 apresentou melhoria em uma série de indicadores.
Analisando os componentes do PIB (Produto Interno Bruto), percebe-se desempenhos bastante diferenciados que podem, inclusive, explicar a avaliação mais positiva que perte expressiva da população faz de suas condições de vida. O bom desempenho recente do setor de comércio, que vem crescendo a taxas bastante elevadas, por exemplo, reflete o aumento na renda real dos ocupados e na massa de rendimentos, a ampliação dos programas sociais de garantia de renda mínima e a expansão do crédito ao consumidor.
Também se destaca o setor da construção civil, no qual se começa a perceber impactos positivos de medidas, adotadas em 2006, de desoneração fiscal, mudanças de ordem legal e aqueda nos patamares das taxas de juros.
Desde 2005 observa-se que o consumo das famílias, o investimento, passaram a ter mais peso no crescimento da demanda, quando comparados a anos anteriores. As exportações também continuaram contribuindo para o crescimento econômico, mas com redução relativa em seu peso, frente ao aumento da produção voltada para o mercado interno, das importações e dos investimentos.
As taxas de desemprego, apesar de existirem, não são o foco da grande mídia, pois, fica evidente a queda ao longo do tempo. Pesquisas e registros administrativos do Ministério do Trabalho têm mostrado, queda do desemprego, aumento da ocupação, crescimento do emprego com carteira assinada, este, em geral, com uma remuneração maior que a do setor informal.
Esta combinação, de um número maior de trabalhadores empregados com uma recuperação dos valores pagos, tem produzido aumento da massa de rendimentos e do rendimento médio real.
A evolução do salário mínimo nacional e dos preços da cesta básica tem significado uma melhora substantiva do poder de compra dos trabalhadores de mais baixa renda. Além disso, a queda observada nos patamares de inflação, para níveis semelhantes aos de economias estáveis, tem sido um fator coadjuvante importante na manutenção do poder de compra dos salários em geral.
O ano de 2007 já está encaminhando para o seu final e não deve trazer grandes surpresas na economia. O crescimento do PIB deve sser superior a 2006. Os investimentos irão aumentar para atender a um crescimento da demanda, especialmente em função da expanção do mercado interno, que seguirá melhorando em decorrência da continuidade da elevação do emprego formal.
O desafio do crescimento tende a assumir o centro da conjuntura em 2007, talves de forma inédita. O governo tem dadoimportância fundamental para o tema, como evidenciado pelo próprio conjunto de medidas do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que foi divulgado em janeiro de 2007, visando contribuir para a elevação das taxas de crescimento econômico do País e deve ser visto como um lance importante no esforço para "destravar" a economia brasileira.
Se por um lado o PAC tem como objetivo garar emprego em alguns setores da economia, do outro lado, as taxas de juros estão no nível mais baixo da história do País, valorizando o real e fortalecendo os investimentos.
Por isso é importante deixar claro que não existe mágica ou receita que resolvam os problemas socioeconômicos de uma hora para outra. O que realmente pode fazer a diferença é uma política econômica adequada, que vise o desenvolvimento de longo e médio prazo do País, com trabalho duro e persistente de toda sociedade.
Fonte: Texto adaptado DIEESE/DF
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