quinta-feira, 10 de setembro de 2009

MELHORA NA ATIVIDADE ECONÔMICA E CONTROLE DA INFLAÇÃO

Por Vanessa Stelzer e Paula Laier (Reuters)

SÃO PAULO
O Banco Central avaliou que o efeito sobre atividade e preços decorrente das reduções de juros já implementadas neste ano precisam ser cautelosamente avaliadas, para garantir a manutenção da inflação na meta até 2011, segundo a ata de sua última reunião que decidiu pela manutenção da Selic em 8,75 por cento.

O Comitê de Política Monetária (Copom) também ressaltou a melhora dos dados de atividade econômica desde sua reunião anterior em julho, e reduziu a previsão de inflação neste ano, mas elevou a do próximo, embora para patamar ainda abaixo do centro da meta.

"O Copom entende que a perda de dinamismo da demanda doméstica gerou ampliação da margem de ociosidade da utilização dos fatores, ocasionando redução das pressões inflacionárias", disse o Copom na ata, divulgada nesta quinta-feira.

Por outro lado, no curto prazo, o BC acredita que existem riscos decorrentes da atuação de mecanismos de reajuste, que impacta preços de serviços e monitorados. "No médio prazo, o risco decorre dos efeitos, cumulativos e defasados, da distensão das condições financeiras e do impulso fiscal sobre a evolução da demanda doméstica."

O BC ressaltou que as decisões correntes de política monetária terão impactos "concentrados" em 2010 e que sua estratégia visa manter a inflação em patamar consistente com a trajetória de metas em 2009, 2010 e 2011.


"O Copom avalia, adicionalmente, que a preservação de perspectivas inflacionárias benignas irá requerer que o comportamento do sistema financeiro e da economia sob um novo patamar de taxas de juros seja cuidadosamente monitorado ao longo do tempo."

DESCONFIÔMETRO NA ERA FHC (2.443 PONTOS)

02/12/2003
O presidente do Banco Central, Henrique Meireles, disse hoje que o Brasil tem condições de crescer de forma sólida - acima de 3% já no ano que vem. Meirelles citou o controle da inflação - e também a queda dos últimos dias do risco-Brasil. O risco-Brasil talvez pudesse ser chamado e "desconfiômetro", porque mede mesmo a desconfiança dos investidores internacionais na nossa economia.

Na fila do crediário, o dinheiro é mais barato para quem é bom pagador. Carteira de trabalho assinada, avalistas, quanto mais garantias o cliente oferecer para o banco, mais baixa é a taxa de juros do empréstimo. Com o país é a mesma situação. Se as contas estão em dia, se a expectativa sobre a economia é boa, isso significa que a chance dele pagar a dívida também é grande. E, por isso, a taxa cobrada pelos investidores na hora do empréstimo é menor. É o que tem acontecido com o Brasil. Hoje, temos quase US$ 60 bilhões de títulos da dívida negociados todos os dias no exterior. O mais procurado é o C-Bond, que nunca valeu tanto. Os Estados Unidos também pegam dinheiro emprestado em troca de títulos, mas pagam os menores juros do mercado porque a possibilidade de darem um calote é considerada zero.

 O risco-Brasil é justamente a diferença entre a taxa que nós pagamos e a que eles pagam. No ano passado, por causa do nervosismo antes das eleições, essa diferença chegou aos 2.443 pontos em setembro. Em janeiro, logo depois da posse do novo presidente, o número já estava quase na metade: 1.387 pontos. E foi caindo até atingir, ontem, 495 pontos - o menor nivel desde 1998. E, quanto mais baixos os juros pagos lá fora, mais baixos aqui dentro também, diz o presidente do banco central. "Para que a taxa de juros caia de forma consistente é preciso, entre outras medidas, que o risco-país caia", afirma o presidente do Banco Central Henrique Meireles. E juro mais baixo significa crescer mais, segundo os economistas. "Quanto menor a taxa de risco que o país tem, maior vai ser a taxa de crescimento pelo menos no curto prazo e menor vai ser a taxa de desemprego", explica o professor da PUC-Rio de Janeiro, José Marcio Camargo.

Fonte: http://jornalnacional.globo.com/Telejornais/JN/0,,MUL551796-10406,00-RISCOBRASIL+O+TERMOMETRO+DO+NIVEL+DE+CONFIANCA+DOS+INVESTIDORES.html